O Espírito Santo é a terceira pessoa da Santíssima Trindade. Embora apareça menos na bíblia, sua presença é fundamental para a Igreja, pois ele foi-nos dado como paráclito (auxiliador, defensor, advogado, condutor) desde Pentecostes, e permanecerá conduzindo a Igreja sobre a terra até a consumação dos tempos, qual vento suave. Para isso, Ele derrama sobre todos os batizados, e em especial sobre aqueles que são crismados, os seus sete dons, a fim de que possamos realizar as obras de amor desejadas por Deus e de arder como uma lâmpada que arte em local visível. São os dons do Espírito Santo:
Fortaleza: O dom da fortaleza nos dá a capacidade de testemunharmos a Cristo, mesmo nas adversidades que o mundo nos inflige. Por ela conseguimos enfrentar as situações contrárias, as atribulações, as dores e os sofrimentos cotidianos. É a fortaleza que abundou naqueles mártires que preferiram doar a própria vida a negar a verdade Evangélica. Num mundo como o nosso, cada vez mais hostil ao cristianismo e ao amor salvífico, a fortaleza é urgente e essencial.
Entendimento: Através do dom do entendimento, conseguimos compreender as verdades reveladas por Deus, o seu plano de amor e os seus desígnios para nossa vida e para o gênero humano. Quando o Espírito Santo ilumina nosso entendimento, os mistérios divinos podem ser compreendidos e aceitos.
Ciência: O dom da ciência, de forma semelhante ao entendimento, nos permite compreender, através das ciências naturais e humanas, o mundo criado por Deus. Por ele também desenvolvemos nossos talentos – oratória, escrita, música… – a fim de podermos usá-los tanto para melhorar nossa condição humana quanto para a maior glória de Deus.
Sabedoria: Nem todos aqueles que possuem entendimento e ciência são dotados também de sabedoria. É por esse dom que compreendemos o que é passageiro e o que é eterno, o que é superficial e o que é necessário. É a sabedoria que faz os santos rejeitarem a glória do mundo e buscarem o seu refúgio em Deus. É por ela que compreendemos a necessidade da oração, do jejum e da caridade, é por ela que buscamos uma vida cristã ativa e fiel.
Conselho: O conselho do Espírito Santo é fundamental em nossa vida. É por ele que nossos caminhos se iluminam e que podemos compreender como agir diante das situações cotidianas. O conselho nos aponta caminho, e também faz com que possamos ajudar da melhor forma possível aqueles que nos cercam. Infelizmente, nos dias de hoje vemos um sintoma grave dentro da Igreja: muitos de nós querem resolver as crises e os problemas por conta própria, o que acaba agravando ainda mais a situação. Somos todos servos do Bom Deus, e urge pedirmos sempre os seus conselhos para sabermos agir corretamente.
Temor de Deus: A palavra temor inspira certo questionamento nas pessoas. Muitos creem que temer a Deus é ser atormentado constantemente com a possibilidade de um inferno e de castigos eternos. Não se trata disso. O temor é um aspecto fundamental e intrínseco do próprio amor. Quando amamos alguém, instintivamente passamos a tratar essa pessoa com mais carinho, com cuidado e com gentileza, evitando machucá-la, feri-la ou ofendê-la. Temer a Deus é amá-lo de tal forma que tenhamos essa diligência filial daqueles que temem perder o pai não pela possibilidade de castigo, mas porque o querem sempre unidos a si próprios.
Piedade: Pelo dom da piedade, nosso coração se dilata, e passamos a melhor nos relacionarmos com Deus, com os nossos irmãos e com nós mesmos, através de manifestações piedosas. Nos tornamos novos Cristos, e enxergamos de forma compassiva aqueles que nos cercam. Também nosso corpo passa a ser para nós templo de Deus, que merece ser respeitado e preservado. Passamos a auxiliar na igreja e a estarmos mais unidos com nosso Criador. É a piedade, em suma, que configura nosso Espírito em conformidade com os planos do Senhor.
O Santo Espírito de Deus, esse amigo amoroso e sempre fiel, deseja ardentemente que recebamos seus dons. Mas ele, manso como uma pomba e suave como o vento, não se impõe a nós, não rompe a nossa liberdade pessoal. É preciso que peçamos, que constantemente o convidemos para que faça em nós sua morada, e que abunde hoje e sempre a Igreja da mesma forma que abundou aqueles cristãos reunidos no cenáculo, durante a celebração de Pentecostes.