Por Rosimara Bernhardt/ Pe. Gottardo,SJ
Na segunda-feira (3), celebramos a memória de São Brás, bispo e mártir da Igreja. Ele derramou seu sangue por Cristo, precisamente, no dia 3 de fevereiro de 316. O testemunho profético e heroico de São Brás ecoa até nos dias de hoje com um vigor impressionante no coração dos fiéis. Demonstram-no de modo inequívoco o número de pessoas presentes na celebração na igreja matriz, na última segunda-feira. Teria cacife para ser o padroeiro de Novas Trento (!).
A missa foi presidida pelo nosso querido pároco, Pe. Roberto J. Gottardo, SJ, e concelebrada por Pe. Gercino e os três padres que doravante vão assumir a administração da nossa Paróquia: Pe. Pedro Schlichting, Pe. Lúcio dos Santos e Pe. Flávio Feller. No início da celebração tiveram a possibilidade de se apresentar para a atenta assembleia litúrgica. Grande alegria!
Pe. Roberto, ainda sentindo o efeito da forte emoção vividos no dia anterior por ocasião da celebração de despedida, densamente marcada pelas inúmeras demonstrações de carinho, fez profunda reflexão sobre o evangelho do dia (cf. Mc 5,1-20). Serviu-se do sugestivo vídeo disponibilizado no Youtube (cf. https://www.youtube.com/watch?v=_8zA18LkPR4&t=15s) para ajudar-nos a compreender melhor o perigo de vivermos no ‘automático’, da não aceitação das novidades que o evangelho nos sugere e, principalmente, do perigo que medo/pavor das representa à vitalidade espiritual e pastoral da Igreja. Nada mais odioso e triste que a expressão “sempre foi assim!”. No vídeo os macacos foram condicionados a se comportar e a viver no automático.
Experiência vivida e sofrida pelo Mestre de Nazaré na região dos gerasenos é emblemática. Jesus libertou o homem atormentado por um espírito imundo e incrivelmente violento. Entretanto, os habitantes de Gerasa, ao rejeitar a presença de Jesus, preferiram continuar vivendo nas trevas do pecado e da ignorância. Expulsaram Jesus da região, fazendo eco, talvez, a mais melancólica afirmação bíblica: “Ele veio para o que era seu e os seus não o receberam” (cf. Jo 1,11). O evangelho arde e queima as impurezas. A verdade dói, liberta e produz ódio. O testemunho profético incomoda e desinstala.
Efetivamente, o evangelho de Jesus não é fácil de ser praticado e vivido. Nunca foi! Quem ousa pregá-lo com coerência e firmeza será fatalmente perseguido por pessoas com comportamentos semelhantes aos habitantes de Gerasa, ou seja, gente endemoniada e presa às ideologias torpes e abjetas. São Brás foi vítima da sanha assassina dos inimigos do evangelho e da Vida. Mas ele ressuscitou e com ele imploramos de Deus, que nos livre de todos os males da garganta e de todos as doenças do corpo e das patologias da alma.
No final da celebração foi realizada a bênção das velas e oferecido aos devotos fiéis de São Brás a bênção da garganta. Certamente uma celebração inesquecível. Um maravilhoso presente de Deus para o nosso pároco que está com as malas prontas. São Brás, rogai por nós.