Por Pe. Gottardo,SJ
No último fim de semana (18-20/10) a Paróquia de São Virgílio foi agraciada com a presença do professor Ênio Felipin (MEAC) que, com incomum entusiasmo e comprometimento pela causa, ajudou as comunidades a conhecerem os fundamentos bíblicos e a refletirem sobre a importância da oferta do Dízimo como expressão viva da fé vivida em comunidade. Urge estruturar uma Pastoral do Dizimo que ultrapasse as margens do amadorismo e do “foi sempre assim”. Ousar e investir é preciso.
Há dezenove anos ele serve a Igreja oferecendo formação e subsídios às Paróquias/Dioceses que o procura. Já esteve em muitas Dioceses pelo Brasil afora. Confessa que sempre foi um cristão fervoroso, mas não era dizimista; antes, até se irritava quando se falava sobre o assunto nas celebrações. Entretanto, foi precisamente numa missa, que contou com a presença de missionários do MEAC, que ouvira: “todos os dízimos da terra – seja dos cereais, seja das frutas – pertencem ao Senhor; são consagrados ao Senhor” (cf. Lev 27,30). Aí está a palavra que o “acordou” para a realidade do Dízimo. Se todos os “dízimos” pertencem ao Senhor, não ofertá-los significa pretender enganar Deus (cf. Ml 3,8), ou seja, roubar-lhe e praticar a corrupção.
Vimos a relevância de oferecer a formação não apenas para as lideranças, mas que fosse extensiva a todos os fiéis, por isso, foi decidido que o encontro formativo, catequético e celebrativo acontecesse no contexto da celebração da missa. Dito e feito. Os únicos que, de alguma forma, reprovaram a inciativa a ponto de saírem da celebração, foram aquelas pessoas que Jesus fulmina: “Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas!” (cf. Mt 23,23). Gente refratária ao evangelho de Jesus. Gente que cultiva uma imagem idolátrica de Deus. Gente presunçosa que se ‘acha’.
Aprendemos do profeta Malaquias: “Ofertai integralmente os dízimos ao tesouro do templo, para que haja alimento em minha casa. Fazei a experiência – diz o Senhor – e vereis se não vos abro os reservatórios do céu e se não derramo a minha bênção sobre vós muito além do necessário” (cf. Ml 3,10). Ninguém fica embriagado com discursos sobre vinho e ninguém se sacia apenas com teorias sobre alimentos. É preciso fazer a experiência. Com a oferta do Dízimo é a mesma coisa. Teorizá-lo pode ser tedioso e chato, mas fazer a experiência de ser dizimista è un’altra cosa. Vive-se a máxima evangélica: “Há mais felicidade em dar que em receber” (cf. At 20,35).
Durante a celebração foi ofertado a todas as famílias presentes – e a quem o desejar – o livro Dizimo e Oferta na Igreja Católica no qual Felipin apresenta e esmiúça os fundamentos bíblicos da prática do Dízimo como experiência de fé. Mais: fala-nos do sentido do Dízimo como também das suas dimensões na vida pastoral de uma Paróquia que deseja efetivamente traduzir em vida a Palavra de Deus. Ele insiste: uma comunidade cristã que leva a sério o Dízimo não necessita mais promover promoções, bingos, festas ‘mundanas’ com bebidas alcóolicas, etc. para se manter. A Igreja existe para evangelizar e não para promover eventos/festas que fomentam o “mundanismo” (Papa Francisco).
A contribuição do Dízimo indica a qualidade da fé do cristão. Pessoas com fé anêmica e que se contentam com práticas piedosas balofas e antigas ao modo dos fariseus (cf. Mc 7,1-13) resistem e não aderem ao evangelho de Jesus. Dízimo é um ato de fé e de ação de graças a Deus, que é sumamente bom e digno de ser amado sobre todas as coisas. Que venham os frutos!