Por Pe. Gottardo,SJ
No último domingo (16) foi celebrada a missa festiva em honra a Santo Antonin, na Ponta Fina Norte (NT), num clima de alegria e devoção. Santo Antônio foi evocado como alguém que viveu e se santificou se entregando inteiramente no serviço de Deus revelado por Jesus como Trindade (Solenidade do dia), ou seja, como família e como mistério de comunhão. Com a Trindade aprendemos que uma vida sem relações vitais e saudáveis não é digna de ser vivida. Não custa lembrar que Deus nos chamou à existência por amor e a nossa vocação precípua é amar como Jesus. Os santos conseguiram – e conseguem – esta proeza.
Antes da aguardada benção dos pães de Santo Antônio, foi explicada aos fiéis devotos a origem desta tradição. Segundo o Pe. Svanera, Reitor da Basílica de Santo António de Pádua (Itália), “o pão de Santo Antônio é sinônimo de caridade. Esta tradição nasceu a partir de um dos milagres atribuídos ao santo, cujo protagonista foi Tomasito, um menino de 20 meses que, por graça de Deus não morreu afogado num poço d’água… A mãe desesperada invocou a ajuda do santo e fez uma promessa: se conseguisse esta graça, daria aos pobres uma quantidade de pão análoga ao peso do menino”. Dito e feito. O menino sobreviveu e ela cumpriu a promessa. Portanto, desde aquele fato extraordinário a benção dos pães de Santo Antônio tornou-se algo habitual e muito arraigada no coração dos devotos.
O pão compreendido como “sinônimo de caridade” tem grande densidade evangélica. Cabe a todos os cristãos aprender de Jesus a partir e repartir o “pão nosso de cada dia” com quem não o tem. Mas não é fácil. O amor é exigente. No entanto, é dever de consciência lembrar que todos os dias morrem de fome no mundo afora mais de 30 mil crianças. Na América Latina, cerca de 400 mil crianças, entre zero e cinco anos, são vítimas, a cada ano, por falta de nutrientes essenciais à vida. O Brasil contribui com esse genocídio com aproximadamente 180 óbitos infantis diários. Há escândalo maior?! Pergunta-se: quem responderá diante de Deus, por este flagelo, ou seja, por este odioso crime?