Teodoro quer dizer “dom de Deus”. Há quarenta santos com o nome de Teodoro ou Teodora. Quem comemoramos hoje nasceu em Sicea, na Galácia, na segunda metade do século VI. É possível que este nome lhe tenha sido dado em memória de algum mártir Teodoro, e talvez daquele que foi general sob Licínio, martirizado pela fé no Ponto, em cuja honra, aliás, surgiu a cidade de Teodorópolis.
Protetor e guia de são Teodoro foi são Jorge (cuja festa se celebra no dia 23 do corrente); este santo guerreiro protegeu o pequeno Teodoro ao nascer mediante um parto dificílimo. Já na idade de oito anos o garoto deixava a casa e os divertimentos para procurar lugar afastado onde pudesse entregar-se à oração, a capela de são Jorge. E este santo apareceu à mãe de Teodoro para dissuadi-la de impedir ou proibir ao menino esses atos de excepcional piedade.
Quando estava mais crescido, Teodoro cavou uma gruta sob a capela de são Jorge e para aí se retirou para viver em oração. O jovem, magro e macilento, quase sepultado vivo naquela gruta, atraiu a atenção da cidade. Nos arredores de sua escura caverna aconteceram admiráveis e numerosos fatos miraculosos.
O bispo da vizinha cidade de Anastasiópolis chamou para perto de si este jovem que tanto prometia. Em poucos dias, embora não tivesse ainda a idade canônica, ordenou-o sacerdote. Como sacerdote, Teodoro não só continuou, como intensificou, a sua vida penitente.
Foi em peregrinação à Terra Santa, visitou mosteiros, cenóbios, pequenas celas de anacoretas no deserto. Enfim, também ele tomou o hábito religioso, e com diversos companheiros fundou uma comunidade de austeros renitentes, postos sob a proteção de são Jorge.
Mais tarde o povo quis elegê-lo, à força, bispo de Anastasiópolis. O “Dom de Deus” aceitou em obediência. Por dez anos foi bispo perfeito, por dez anos pediu para ser substituído. Finalmente, por intervenção do imperador e do patriarca de Constantinopla, foi restituído à sua pequena cela de monge.
Ficava assim livre, mas não sozinho, pois era perseguido por uma multidão de devotos a pedir suas orações e sua intervenção nas dificuldades e nos negócios. Despojado da dignidade episcopal, viu-se rodeado de uma corte gloriosa e esplêndida de milagres. Viu-se em meio aos milagres, que se multiplicavam em torno dele para o bem do próximo e para a salvação dos pecadores.
Quando morreu, em 613, podia-se dizer que são Teodoro fizera jus ao seu nome, e fora verdadeiro “dom de Deus” para o seu povo e para a sua Igreja.
Extraído do livro:
Um santo para cada dia, de Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini.